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segunda-feira, 11 de agosto de 2008


A janela aberta vira moldura para a cortina que dança serelepe, conduzida-seduzida pelo vento.
Os papéis e fotografias, espalhados pelo chão, mudam de lugar numa tentativa de combinação: sorrisos distantes, frases alegres, carta de adeus, por do sol na praia...
Imagens, palavras e o vento.


É assim que está tudo quando ela chega em casa.
Da porta, aprecia o cenário, por alguns instantes chega a ensaiar uma reclamação mental pela janela esquecida aberta, mas muda de idéia.
Entra, coloca uma música, tira os sapatos e atira a bolsa no sofá. Pega uma taça de vinho e senta no chão. Muita lembrança embaralhada no piso frio.


Poucos minutos e começa a chover.
Ela corre e fecha a janela, encerrando, sem saber, os galanteios do vento e deixando uma cortina triste a escorrer pela vidraça.
Um trovão e ela sorri lembrando do que ouviu, "não fica assustada, sou eu gritando que te adoro".
Papéis e fotografias vão parar na gaveta...
Ela teve o passado - por vezes, foi ele quem teve a moça - mas isso foi antes, quando ela tinha medo de trovões.

14 comentários:

Marcelo disse...

Essa cena que descreveu me fez sonhar aqui.
A música está perfeita com o texto.
Somos feitos de lembranças, de fotos, cartas, instantes etéreos de felicidade que julgamos eternos.
Mas que sempre acabam...
Então ficam as lembranças.
E elas nos aquecem como uma colcha de retalhos multicoloridos nas noites frias de inverno.
Ou arrastam suas correntes pelos corredores de nossa memória nos tirando o sono e a esperança de viver tudo de lúdico que já vivemos um dia...

Adorei seu texto, de verdade.
Acho que o melhor que li hoje.

Beijos carinhosos em você, menina poeta.

P.S.: Agora vou baixar essa música,rs

Unknown disse...

Assim q achar palavras pra descrever o qto achei encantador esse texto, eu volto.
Bjos e boa semana L. Narradora!

Anônimo disse...

Eu tenho um pouco de medo de trovão...rs

Te espero no País novo:
www.aliceventuri.com.br

Beijo meu,
Alice

Ilaine disse...

Querida amiga!

Que texto encantador. Você descreveu a cena de forma tão perfeita que diante de meus olhos dançou um filme. Papéis, fotografias, lembranças... Coisas da gente. Parabéns, Narradora!

Queria te dizer... Outro dia eu estava numa loja aqui em Copenhague e escutei uma música que vinha ouvir aqui em seu blog. Deu muitas saudades!

Abraço

Morganna disse...

janelas e trovões me causam coisas boas.
ainda que diferentes.

=)

Alessandra Castro disse...

Fecha-se as portas e abre uma janela, mas e quando fechamos esta primeiro? O que acontece? Acho que perdemos muitas oportunidades nessas vida pelo simples medo de se molhar.

Unknown disse...

O que dizer diante de tantas palavras e sentidos bonitos?
Uma coisa é certa, a partir de hoje prestarei mais atenção nos trovões e estrelas, sei lá, vai que eles andam trazendo algum recado para mim também!!
Beijinho doce prô cê...

Confraria do Grito disse...

Tem vezes que só sobra o vazio de uma janela aberta.

Bjo

Lupe Leal disse...

vc me encanta.

grande abraço.

Camilla Tebet disse...

Aqui sempre venta né? Moro numa cidade super quente, não mexe uma folha. Entro aqui e venta que é uma delícia... refresca.. a mente funciona melhor, dá pra pensar.
Obrigado pela brisa..
Adoro aqui e digo isso pela décima vez, mas é porque é tão verdade...

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Totalmente encantador.
A simplicidade da cena junto do final supreendente deixaram o texto lindíssimo.
Até eu que estou numa fase um tanto insensível e sem interesse por exageros me senti tocado. Estava precisando disso, obrigado.

E parabéns.

Narradora disse...

Marcelo,
Gosto das lembranças, também me sinto aquecida por elas. Mas na verdade, prefiro construí-las.
Obrigada pelas palavras.
Bjs moço.

Oi Gra,
Boa semana pra você também :)
Bjs

Alice,
É só mudar de o jeito de ouvir. :)
Bjs

Ilaine,
Fico feliz de te ver por aqui, é sempre bom ver os amigos.
Legal isso da música, qual era?
Bjs

Morgana,
Bom e diferente dá uma combinação interessante.
Bjs

Miss Mary West,
Verdade, às vezes o medo é o perigo.
Bjs

Lu,
Então menina, a gente nunca sabe o que o vento nos traz. Umas vezes, trovões outra vezes anjos. Não custa ficar atenta.
Bjs

Confraria do Grito,
É mesmo, mas o vazio nem sempre é ruim, pode ser intervalo.
Bjs

Luiz Felipe,
Obrigada pela gentileza.
Abraço.

Camilla,
Você é sempre muito bem vinda e eu gosto muito dos seus textos também.
Bjs

Thiago,
Obrigada.

Anônimo disse...

vale a pena passear por entre tantos blog e encontrar escritos como estes.

Narradora disse...

Avessos,
Obrigada.