Me chamo Luciana e teço histórias, normalmente curtas, quase sempre minhas.Mas isso não responde quem eu sou, apenas o que faço. "É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo"(Clarice Lispector). Sejam bem vindos.
Esperança
É uma senhora tranquila de olhos grandes feitos de horizonte e mãos pequenas cheias de "enquanto". Vive sentada na varanda, embalando com a brisa, suas inteções de futuro.
Alegria
É uma menina bem serelepe que adora correr descalça por aí, colorindo tudo com seu vestido estampado. De vez em quando, faz sinal com a mão, chamando por companhia, mas ela gosta de movimento, então de rosto corado, cabelo despenteado e uma gargalhada, volta a brincar com o vento.
Você vai?
o caminho é este,tem pedra, tem sol,tem bandido, mocinho,tem você amando,tem você sozinho,é só escolher, ou vai, ou fica. Fui. (Martha Mederios)
Paradoxo
O que sobrevive a uma grande correnteza pode sucumbir, por preguiça, em plácido espelho d´água.
Baile
De tempos em tempos a vida em redemoinho, levanta a poeira dos cantos e, tirando tudo do lugar, nos convida para dançar. Você vai dar o toco?
Memórias
Olhando por cima do ombro, acabava por aceitar que memórias não são fatos, mas o resultado de uma espécie de telefone sem fio, tecnologia de cochichos nos ouvidos dos dias que ficaram no tempo. Assim, parecia que as lembranças eram invenções que já nasciam velhas, um tipo de segunda chance individual, sem as ignorâncias da primeira vez. Então, como arqueóloga míope, achava nos restos do jantar de ontem, ossos de dinossauros.
Estagnação
A visão caleidoscópica encanta pelas cores e formas, mas, jogo de espelhos que é, engana e disfarça, apresentando a reprise como novidade.
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