Uma janela nunca é uma simples abertura na parede por onde entram a luz e o ar. Bom, pelo menos não para ela...
Desde pequena tinha afeição por janelas, algumas vezes ficava com o queixo no parapeito e se deixava ali esquecida, tentando adivinhar a vida das pessoas que passavam lá embaixo - sim, porque primeiro ela morou num prédio.
Depois a família mudou pruma casa e ela pulava a janela para chegar mais rápido no quintal, não que fosse longe, era ela que tinha pressa: queria tudo, logo e ao mesmo tempo. Não gostava de escolher... mas se fosse necessário, entre uma porta e uma janela, abriria mão da obviedade objetiva da primeira, e optaria, sem pestanejar, pela sutileza intuitiva da segunda, gostava bem mais desse enquadramento.
Até que um dia colocaram grades nas janelas. "Uma questão de segurança" - foi como o pai explicou. "Uma chatice" - foi o que ela achou.
Mas o tempo passou e ela descobriu novas janelas: os livros, os quadros, as fotografias, os filmes, as músicas, os olhos... cada um de um jeito, todos ricos em possibilidades.
Hoje, depois de muitos dias de sol e poeira, choveu pesado. As pessoas com seus guarda-chuvas, capas e agasalhos coloridos pareciam retribuir a gentileza cinza do céu. Era bonita a cena vista da janela.
Quanto a ela, faz tempo que o queixo ficou mais alto que o parapeito, raramente pula janelas para encurtar caminho, mas continua querendo tudo, logo e ao mesmo tempo.
Desde pequena tinha afeição por janelas, algumas vezes ficava com o queixo no parapeito e se deixava ali esquecida, tentando adivinhar a vida das pessoas que passavam lá embaixo - sim, porque primeiro ela morou num prédio.
Depois a família mudou pruma casa e ela pulava a janela para chegar mais rápido no quintal, não que fosse longe, era ela que tinha pressa: queria tudo, logo e ao mesmo tempo. Não gostava de escolher... mas se fosse necessário, entre uma porta e uma janela, abriria mão da obviedade objetiva da primeira, e optaria, sem pestanejar, pela sutileza intuitiva da segunda, gostava bem mais desse enquadramento.
Até que um dia colocaram grades nas janelas. "Uma questão de segurança" - foi como o pai explicou. "Uma chatice" - foi o que ela achou.
Mas o tempo passou e ela descobriu novas janelas: os livros, os quadros, as fotografias, os filmes, as músicas, os olhos... cada um de um jeito, todos ricos em possibilidades.
Hoje, depois de muitos dias de sol e poeira, choveu pesado. As pessoas com seus guarda-chuvas, capas e agasalhos coloridos pareciam retribuir a gentileza cinza do céu. Era bonita a cena vista da janela.
Quanto a ela, faz tempo que o queixo ficou mais alto que o parapeito, raramente pula janelas para encurtar caminho, mas continua querendo tudo, logo e ao mesmo tempo.
http://as2pik.deviantart.com/art/Winter-End-II-82454046
27 comentários:
Janelas, tbm as prefiro... o mundo passa melhor por elas, por fugir do abtual, pela possibilidade da surpresa, pelo obvio da dificuldade, pela delicadesa do inesperado momento, pelo risco, pelo medo de altura, pela vontade de ser...
Beijos
Pavón,
Seja bem vindo, sinta-se em casa e volte sempre. :D
Bjs
PS: Muito legal a máfia e o nariz. Gostei muito do seu blog.
Quando era criança eu também pulava as janelas.
Depois que minha casa foi assaltada e colocaram grades em todas elas, nunca mais me senti livre.
Pelo menos até encontrar as 'janelas alternativas'.
Lindo.
:D
Narradora,
eu ainda sou do tipo que acredita que a vida passa diante da nossa janela, janela dos olhos e janela da alma. Talvez a personagem aqui queira assim ou seja assim, no fundo, deveras. Uma apoteose panorâmica de se admirar o mundo e as sensações.
Um carinho pra ti.
Continuemos...
Tenho mesmo fascínio por janelas e os seus diversos significados.
Aqui em casa existe uma enorme janela na cozinha que descortina uma vista deslumbrante das montanhas de Minas, nãi raro encontro-me ali perdido entre meus devaneios olhando por ela...
Mantenho as minhas abertas mas é sempre necessário fechar algumas para que a chuva não molhe meu piso reluzente...
Beijos
Diferentes tipos de janelas. Bonito o texto. Por mais que ponham grades, descobrimos outras aberturas q nos permite olhar pro lado de fora.
Diferentes tipos de janelas. Bonito o texto. Por mais que ponham grades, descobrimos outras aberturas q nos permite olhar pro lado de fora.
gosto de janelas!
Nathália,
Gosto de janelas alternativas :)
Bjs
Caro Germano,
Deveras.
Bj
Marcelo,
Verdade que tem tempo de sol e tempo de chuva... mas eu gosto de vento :)
Bjs
Rê,
Livre pelos chances de olhar pra fora e pela necessidade/coragem de olhar pra dentro.
Bjs
Amanda,
Viva as janelas..rs
Bjs
Olá moça Narradora...
Gostei dessa nova roupagem, leve e suave, adjetivos que me agradam por demais!
Beijos.
Oi Lu,
Tava com vontade de trocar de roupa.
Beijo
Que lindo tá o blog de cara nova!!!
Eu tb gosto de janelas. É nela q fico esperando as coisas melhorarem. É dela tb q olho a rua e fico procurando a coragem vir me buscar.
Bjos e um ótimo fds querida!!!
Desculpe o atrevimento, mas adorei seu blog e tive que voltar para te linkar...rss
Beijos
Gosto de sacadas, amplas varandas. Sempre penso em pular.
"...cada um de um jeito, todos ricos em possibilidades..."
saudade que eu tava daqui, de tuas palavras livres e tão pulsantes, pra mim então, que sei bem o que é uma boa janela.
Preciso de tempo pra te ler com calma, minha amiga das letras que há tanto não troco palavras, mas que aprecio mesmo depois de um longo inverno de ausência desprovida e inusitada.
Ah, adorei que me segues agora. Quero ser seguidora tua tbem.
Bjos!
Luci:)
estava com saudades de sentir seu sol suave.
eu quero tudo, e ao mesmo tempo.
belíssimos, sempre.
um abraço.
nossa ameei essa historiaa :)
Lu,
Teu blog tá lindo. Lindo, lindo.
Beijos da tua sempre amiga, Rachel.
Seus textos são janelas abertas... sempre.
Oi Lu narradora!
lindo você falando de janelas... é sim, lembrei de mim e de uma certa urgencia em pulá-las também.
rsrsrs
bjus!
sempre gostei de sentar em janelas, olhar paisagens tipo o nascer do sol e quando ele se põe ! nunca fui de pular janelas porque sempre tive grades nelas. mas quando se tem a grade parece que você não está luvre realmente, tira todo o encanto !
me sinto viva nesta menina, completaente viva, sou eu ali...tentando descobrir e tentando voar*,' querendo tudo, logo e ao mesmo tempo.'
beijos, me tocou hoje viu^^
where are you?
No início, essa janela me fez imaginar uma cena trágica; depois me veio uma lembrança nostálgica, e sorri...
Tuas palavras são leves, doces, confortáveis. Como o teu blogue: gostei daqui!
Abraços!
Gra,
É sempre bom ter uma janela pra ver a vida e pra buscar coragem na gente...
Bjs
Oi Pavón,
Fico feliz que tenha me likado...rs
Gostei muito do seu blog também.
Bj
Luci,
Fico muito feliz de ver você de volta por aqui.
Não some mais!
Bjs
Luiz,
Demorei um pouco, tava atravancada de coisa...rs
Mas voltei :)
Abraço
Que bom Camila ;)
Hi Rachel,
Que bom ver você aqui, depois de tanto tempo.
Bj querida.
Camilla,
Fico feliz que pense assim.
Beijo
Tatti,
Todo mundo tem alguma história de janela...rs
Bjs
Pequena notável,
Sabe, tenho achado que o encanto depende muito também do nosso olho.
Seja bem vindo...
Abraço
Beautiful stranger,
Um fim de ano especial pra você também. Espero que volte logo.
Bjs
Verônica,
Beijos querida.
Eduardo,
Seja muito bem vindo moço.
Volte sempre, a casa está aberta.
Abraço
Miss Mary West,
Não pula...rs
Bj
Postar um comentário