Era dia de chegada: a ausência que pintou tudo de cinza logo ia se dispersar. O sol apareceu fraco e fazia frio, mas só do lado de fora da moça.
Ela levantou bem mais cedo que o costume e com cuidado lavou a alma, tirando todas as marcas da saudade; secou os cabelos e molhou a boca; bem devagar espalhou alegria pelo corpo e só se deu por satisfeita quando todo ele sorriu; com as mãos macias de ternura, acalmou o coração-zabumba; e, perfumada de desejo foi para a janela, gastar o restinho de espera que ainda trazia no olhar.
6 comentários:
Adorei o "coração-zabumba". A música de dentro é tão gostosa...
precioso e delicado!
Sempre me faz muito bem passar e ler o que narrou aqui ;}
É tão bom matar as saudades e se preparar desse jeito, hmmm...
Beijos e pétalas.
De uma delicadeza desgastada, feito o olhar ainda triste de quem sorri.
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Ahhhhh os encontros.....coisa boa!
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