Foto: Narradora
Nos desenhos fugidios com que a luz da manhã estampa o
taboado do quarto, enquanto o vento conduz as cortinas num abraço louco.
No brilho precioso da poeira que paira livre, até que
satisfeita se dissipa.
Nas notas animadas por Gardel que vez em quando são
interrompidas pelo sussurro da agulha no vinil.
No cheiro de mar que ainda carrego preso aos cabelos.
No seu abandono enquanto os meus dedos traçam detalhadas
cartas náuticas, ligando as pintas das suas costas.
Na sua instabilidade, no meu receio, na nossa entrega.
Na singela conjugação de instantes, (re)compomos nosso caminho.
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