Essa foi a pergunta cansada, de rosto vermelho e mãos suadas feita pelo motorista de táxi, que deixou a mala dela ao pé da escada, naquela manhã.
Distante do canto ritmado do mar e da brisa salgada que já não lhe chega suave ao rosto, ela passou o dia colocando a vida em ordem. No fim da tarde, na companhia de um café quente e forte, ela ficou pensando na pergunta do moço - o que carregava?
Já teve época de mochila, outros tempos de grandes malas, mas hoje, a alma só carrega nos ombros um alforge. Estão dentro dele: algumas culpas e um certo receio; a saudade que as vezes deixa o sorriso sépia; mas, também estão lá, as lembranças que dão força, os afetos que dão liga e os sonhos que apontam o futuro... Ah sim, umas borboletas e vários girassóis.
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