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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Das lacunas não preenchidas das frases, do conjunto formado por todas elas, é fabricado o silêncio-espinho. E ele atravessa a pele e grita pelos olhos, incômodo e desajeitado feito um carinho áspero, ele é uma espera sem fim, é uma quasepalavra que natimorta nunca vem. Cada intervalo vazio de sons, nessa condição equivocada de estar calado, é um tijolo. E eles juntos, numa espécie de sinfonia às avessas, fazem um muro que de tão sólido é invisível.
Não quero os nossos minutos preenchidos por esse silêncio histérico que turva a vista e pesa nos ombros.
Minha vontade é do seu sorriso vagalume que de pontinho em pontinho apaga o escuro e alumia tudo. Não preciso de um amorarmadura, prefiro a confusão das linhas das nossas mãos que num mapa maluco mostra um infinito de possibilidades. Careço mesmo é do calor do seu abraço e da cadência do seu coração para dissolver minhas olheiras.



http://equivoque.deviantart.com/art/untitled-portrait-73335961