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terça-feira, 7 de julho de 2009

Ela acordou cedo, tirou a tramela da porta e entreabriu as janelas. A vontade era de escancará-las, afastando as cortinas e deixando entrar tudo que o dia tinha a oferecer: vento, sol, chuva, visita, poeira...

Mas aquela não era a sua primeira vez, devia ser mais comedida. Devia mesmo? Já não sabia.

Talvez fosse melhor não assustar os minutos, justo por isso decidiu andar devagar pelo assoalho de madeira. Passou o dia fazendo o de sempre, mas com o coração a lhe balançar as têmporas.

A manhã virou noite, a segunda voltou a ser domingo, o tempo ajudou e ela se acostumou a viver sem trancas. O coração já não batia em desassossego, tinha uma cadência boa que lhe embalava os dias.

Sorrisos escapuliam pelos cantos da boca, ela tinha feito do corpo uma casa clara. Numa manhã que era mesmo feito as outras, ela levantou tão leve que seus pés mal tocavam o chão e foi nesse dia que o amor lhe tirou pra dançar.

http://misspaperclip.deviantart.com/art/cherry-blossom-girl-81564447

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Let it be

O amor dormia em sono solto, pernas misturadas em corpos justapostos. A respiração calma marcava o compasso dos sonhos que desfilavam pelos olhos dela, como slides na parede branca do quarto.

Uma alegria mansa se espalhava pelo seu corpo, enquanto réstias de luz se esticavam ultrapassando a persiana. Aos poucos os sons vindos da rua iam sendo substituídos pelo silêncio, até só restar o apito do vigia para lembrar a existência de um mundo fora dali.

Foi nesse movimento de sensações que ela percebeu que estava vivendo o pra sempre.

Talvez o maior desafio consista em parar as buscas e se deixar ser-estar para poder reconhecer a felicidade.




quinta-feira, 7 de maio de 2009



Da última visita, quase trinta dias...
Tantos passos andando na beirinha da tarde, usando a noite por coberta e abrindo sóis ao amanhecer.
Respostas que não serviram de epitáfios, mas de portas por onde saíram novas perguntas, retomando buscas e redesenhando o caminho.
A vida seguindo maior do que a realidade parecia permitir, enchendo tudo de tinta, feito luz que inventa imagem em negativo, feito a minha mão na sua.