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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Hoje acordou do avesso, na verdade nem dormiu, sentiu o amanhecer com os olhos em brasas e a alma amassada...

Fazia tempo isso não acontecia... mas com ela, o sono, vez em quando, revivia esse costume estranho de se fazer de rogado e balançar os braços, agitando uma tempestade de porques, feito vento forte que levanta poeira.

Parecia claro que alguns dos seus destinos escritos já não eram mais realizáveis. Mas o nunca acendia nela uma fome e abria as comportas que permitiam que a moça de pernas cruzadas e vestido discreto, contivesse em si, as outras tantas que carregava.

Quando se rebelava, em dias insones, pintava as unhas dos pés de vermelho vivo. Ousava não combinar a bolsa com os sapatos. Atravessava a rua fora da faixa. Comentia o delito de pisar na grama.
Mas hoje, estava cansada de cartilhas e caligrafias, cansada pela noite mal dormida e pelos dias em que se deixou presa das expectativas alheias.
Queria sua própria verdade, então, vestiu um decote e saiu pela rua com seus óculos de uma perna só, procurando pistas de si.
Queria mais que um sorriso no portão, afinal ela era de segunda à domingo. Mais que um bilhete, sua vontade era de cartas intermináveis. Desejava a generosidade abusada do excesso.

E então você ao telefone... com voz de banho dá bom dia e chama pra vida.
Amar, isso sim é transgredir.



15 comentários:

Anônimo disse...

Diferente do normal :)

Tati disse...

Que coisa boa ser chamada pra vida no momento certo, onde aquele imenso arsenal de dúvidas, ou mesmo, rebeldia te tira o sono.

É amar, é sim! :)

Lu, linda, beijos!

Germano Viana Xavier disse...

Amar é mesmo um ato transformador, Narradora.

Um carinho.
Continuemos...

Ana Zumpano disse...

ai ai ai
senti revirar aqui dentro sabia... esses bom dias lembram que o coração sempre pulsa... lindo texto Lu!
bj bj

kilder disse...

desejo a ti um otimo fds! mt paz e saude!!!!
t+

João Neto disse...

E, de fato, amar parece se hoje a grande transgressão que podemos cometer diante de um mundo tão repleto de frivolidades.

Bj.

Narradora disse...

Anônimo,
Então né, às vezes é...rs
Bjs

Tati,
Bom demais mesmo.
Bjs

Caro Germano,
Acredito nisso.
Bjs

Ana,
Dá uma mudada no dia né
Bjs

Obrigada Kilder,
Boa segunda.
Bjs

É isso João!
Bjs

Unknown disse...

O telefone tem trago tanta surpresa boa!!!
Bjos querida!

Letícia disse...

Eu desejo a "generosidade abusada do excesso". Perfeito isso. Sempre que leio você, levo um susto bom. E mesmo andando pouco por aqui, venho sabendo que tem coisa boa.

E mais uma vez, mudei. Dou mais trabalho que o meu filho. Eis o endereço:

http://leticiapalmeira.blogspot.com/

Como disse à Camilla, não perco você de vista.

E tem tb o outro blog q tá no meu perfil. O Bilhetes. Eu recomendo.

Bjs.

Marcelo disse...

"Desejava a generosidade abusada do excesso."
Gostei muito disso...Talvez porque eu sempre ame excessivamente e sou tão generoso em entregar-me por inteiro.

Beijinhos

carmim disse...

caralho, lu.

Camilla disse...

Amar, ainda mais de óculos de uma perna só, um bom decote e a expectativa de um sorriso no portão. O que vc escreve é transgressão pela suavidade com que delimita sentimentos tão fortes.

Marília Silveira disse...

Que boa surpresa encontrei aqui!
Teu texto é lindo, vai levando a gente dum jeito, embalado em braços suaves...

voltarei!
um abraço

Narradora disse...

Gra,
Eu bem que tenho gostado desse tal desse aparelho...rs
Bjs

Oi Letícia,
Anda cigana :)
Estive no seu blog novo gostei do visual. Ah! e já andei pelo Bilhetes também.
Bj

Marcelo,
Tava pensando... acho q não tem excesso no amor, amor é tudo/todo e acho que a entrega é o único jeito, a gente não tem escolha, ou melhor, tem, mas aí não vive o amor.
Bjs

Carmim,
kkkkkkkkkk
Bjs

Camilla,
Sempre bom vc aqui :)
Adorei o ultimo texto, do casal no apartamento, desejo contido, o quase...rs
Bjs

Marília,
Bem vinda!
Bjs

Lupe Leal disse...

a sensibilidade excedeu todas a limites aqui.
"contivesse em si, as outras tantas que carregava."

também estou atrás da generosidade abusada do excesso, só me falta o decote e os óculos de uma perna só.



grande, grande abraço.